Como é o rifle tcheco que virou o preferido dos soldados ucranianos na linha de frente
Fuzil CZ Bren 2 ganhou destaque na guerra depois de se integrar à indústria de defesa da Ucrânia
Internacional|Do R7
O fuzil de assalto CZ Bren 2, fabricado pela empresa tcheca Česká Zbrojovka, tornou-se uma das armas preferidas pelas Forças de Defesa Ucranianas na linha de frente da guerra contra a Rússia.
O sucesso do rifle se deve especialmente à confiabilidade em combate, ao design modular e à estratégia bem-sucedida da fabricante em integrar a produção ao mercado de defesa ucraniano, segundo o United24 Media, site especializado em informações sobre a Ucrânia.
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Após a invasão russa em larga escala, em fevereiro de 2022, a Ucrânia recebeu diversos modelos de armas de pequeno porte de parceiros internacionais, incluindo o fuzil GROT, da Polônia, e o Bren 2.
Ambos eram cotados como possíveis substitutos dos fuzis Kalashnikov, de origem soviética e amplamente usados pelas forças ucranianas.
No entanto, o GROT enfrentou críticas por ter um baixo desempenho em condições de campo de batalha, com problemas de durabilidade e falhas de projeto em lotes iniciais. A fabricante polonesa também foi criticada pela falta de e pós-venda e por uma cadeia de suprimentos ineficiente para peças de reposição.
O Bren 2, por outro lado, já testado em combates e reconhecido pela versatilidade e compatibilidade com diferentes calibres, demonstrou maior resiliência.
A Česká Zbrojovka investiu em condições favoráveis para a produção local na Ucrânia, o que foi determinante para a adoção do rifle na linha de frente ucraniana.
Desde novembro de 2024, a Ucrânia iniciou a montagem licenciada do rifle, em parceria com a empresa tcheca, sob a marca Sich. Atualmente, as instalações ucranianas, geridas pela estatal Ukroboronprom, têm capacidade para produzir até 400 unidades por dia.
Parcerias estratégicas e produção local
O fortalecimento da parceria com a indústria tcheca foi exaltado em uma viagem do Ministro das Indústrias Estratégicas da Ucrânia, Herman Smetanin, à República Tcheca, em 18 de março, segundo o United24 Media.
Acompanhado por Oleksandr Kamyshin, assessor do presidente ucraniano para questões estratégicas, Smetanin discutiu com representantes da Česká Zbrojovka e da COLT CZ a produção licenciada do Bren 2 e o desenvolvimento de um novo fuzil de fabricação ucraniana.
“Pretendemos fortalecer essa parceria transferindo capacidades de produção de armas semiautomáticas para a Ucrânia”, disse Smetanin, destacando o objetivo de longo prazo de criar um fuzil de assalto totalmente ucraniano.
O acordo, assinado em julho de 2024, prevê a produção integral do Bren 2 em solo ucraniano, um o crucial para a modernização das forças armadas do país.

Armas da Primeira Guerra Mundial
Apesar do moderno rifle tcheco, soldados ucranianos também utilizam ativamente armas fabricadas há mais de um século, como a metralhadora Pulemyot Maxima 1910 e o fuzil Mosin-Nagant.
De acordo com o United24 Media, as forças de Volodymyr Zelensky têm adaptado essas relíquias e as transformado em ferramentas eficazes para o combate.
A Pulemyot Maxima 1910, por exemplo, foi produzida pela primeira vez sob o czar Nicolau 2º e é uma cópia russa do projeto de Hiram Maxim, a primeira metralhadora automática do mundo, da década de 1880.
Ela foi vista em ação em Bakhmut, uma cidade com pouco mais de 70.000 habitantes no leste da Ucrânia, operada por soldados ucranianos. A arma é refrigerada a água e usa uma munição comum em equipamentos modernos, como a metralhadora PKM.
A Rússia, que se apresenta como uma superpotência militar, também tem utilizado armas quase centenárias, retirados de estoques soviéticos ou fornecidos por aliados como a Coreia do Norte e o Irã.
Uma dessas armas é o fuzil de ferrolho Mosin Nagant. Ele foi introduzido às forças armadas em 1891 e se tornou um dos pilares do exército soviético. Mais de 130 anos depois, ela reapareceu nas mãos das tropas russas.
Em julho de 2023, relatórios indicaram que soldados de Vladimir Putin estavam usando Mosin-Nagants em ataques contra posições ucranianas. Fotos divulgadas na época mostraram um combatente russo morto com a arma nas mãos, o que pode evidenciar a escassez de fuzis modernos, como o Kalashnikov, em algumas unidades militares do país.
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