‘Já recebi elogios piores nas redes sociais’, diz Moraes ao ser chamado de ‘comandante’
Ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira chamou o ministro Alexandre de Moraes de ‘comandante’
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

Durante interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta terça-feira (10), o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, em um ato falho enquanto falava de militares, chamou o ministro Alexandre de Moraes de “comandante”.
Moraes riu e disse que era um elogio ser chamado assim. “Já recebi elogios piores nas redes sociais”, brincou.
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Durante seu interrogatório, o ex-ministro da Defesa afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro jamais o pressionou para adiar ou modificar o relatório das Forças Armadas sobre o processo eleitoral de 2022. Paulo Sérgio Nogueira é réu na ação sobre uma tentativa de golpe de Estado.
“Jamais o presidente da República me pressionou, seja para mandar um relatório só no segundo turno, seja para alterar o relatório. O que me deixa de cabeça quente é saber, pela denúncia, que eu havia alterado esse relatório. Isso não é verdade”, declarou Nogueira, que comandava o ministério na época das eleições.
Ele também fez questão de esclarecer que a entrega do relatório técnico, com sugestões de melhorias ao Tribunal Superior Eleitoral, seguiu critérios técnicos da equipe responsável e que a decisão de não emitir um parecer ainda no primeiro turno se baseou em nota técnica assinada pelo coronel Wagner Oliveira da Silva, da Força Nacional Brasileira.
Segundo o documento, um relatório parcial baseado em “fragmentos de informação” poderia ser inconsistente com as conclusões finais.
“O coronel Wagner era praticamente o líder técnico da equipe. Ele e o brigadeiro Baptista Júnior [ex-comandante da Força Aérea Brasileira] coordenaram tudo. A recomendação foi não entregar nenhum relatório parcial no primeiro turno. Isso foi acatado por razões técnicas”, explicou o ex-ministro.
Nogueira também negou que o relatório tenha sido despachado pessoalmente com o então presidente Jair Bolsonaro, como chegou a ser dito por outras testemunhas. “Nem eu, nem o relator entregamos o documento ao presidente. Não houve reunião. Esse equívoco precisa ser corrigido.”
Além disso, o ex-ministro afirmou que foi enviada ao TSE uma solicitação para que as oportunidades de melhoria apontadas pela comissão técnica fossem implementadas no segundo turno do pleito.
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